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Doações do Corpo

 

Quais seriam os elementos, materiais e questionamentos envolvidos na elaboração do próprio cérebro sob a forma de um objeto artístico?

 “Cérebro” foi criado a partir desse questionamento. A obra deu início à ação artística “Reverberações do Corpo”, como parte integrante da tese de doutorado apresentada na UFRGS, em 2015. A pesquisa problematiza a centralidade do corpo na contemporaneidade, especialmente em relação aos discursos sobre o cérebro, com destaque à fragmentação e apresentação do corpo como metáfora, criando uma intersecção entre a arte e a ciência. Este trabalho teve início como um desdobramento da ação “Doações do corpo” (2009-2011).

A obra apresentada como o “meu próprio Cérebro” deveria abordar questões que envolvessem a própria relação com o mundo e com o outro e, dessa forma, a relação de minha arte com o público. Tal objeto só poderia “existir” se fosse constituído nesse universo de relações, indo além de sua materialidade e apresentando um conjunto de reflexões geradas a partir de uma obra artística, compondo, assim, uma reverberação.

A ação provocou o encontro entre as produções de participantes de diferentes áreas do conhecimento, que criaram um artefato cultural sobre a temática, de acordo com suas perspectivas acadêmico-profissionais. Os convidados receberam o desenho intitulado “Carta-Convite”, como forma de instigá-los à criação, representando o impulso inicial – uma fonte capaz de gerar uma reflexão. Todas as produções criadas compõem uma obra artística sobre o cérebro e trazem à tona questionamentos sobre processo criativo, autoria e trabalho em colaboração com profissionais de diferentes áreas.

A obra destaca a construção social do cérebro – o cérebro em devir – constituído, permanentemente, no encontro de diferentes perspectivas, em que as relações consigo e com o outro têm papel fundamental. O conjunto das reflexões criadas nesse encontro produz uma reverberação na intersecção entre a arte e a ciência.

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